
Seu dia-a-dia era estafado
Mas não preenchido
Nobre companhia das manhãs
Teimava em permanecer ausente
O seu perfume pairava pela casa
Algo estava em falta
Por muitas voltas que dava à sua cabeça
Algo não era o mesmo
Olhava tristemente para sua janela
Folhas de Outono caiam e seguiam o vento
No fundo da sua rua vozes festivas entoavam
Um alerta assombrava sua filosofia de vida
Resolveu em deixar tal ambiente enfermado
Descontou horas da sua rotina
Se guiou por tais vozes
Movimentava-se pela súbita curiosidade
Circulava por trajectos defeituosos
Por força de sua mente
O mundo não acabava no presente dia
Ao sair de tal esfera
Deixara de ver árvores despidas
Ao invés disso encontrava decorativos
Cidadãos alegres na companhia dos seus copitos
Jovens na sua flor da idade desatavam a correr
Cânticos galhofeiros pousavam naquela zona
Suas sobrancelhas elevavam em forma de admiração
Afinal havia vida nas redondezas …
Envolvia-se na teia simpática do cenário avistado
Rapazes ficavam abismados com sua beleza natural
Ela corava e timidamente começava a falar
Seu espírito aos poucos tornara-se recreativo
Ela afinal sabia conversar!
Afinal havia vida após desastre!
Afinal podemos desenhar de novo o nosso caminho!
Afinal… Ela existia… Quem diria? Hein?
(Continua…)
André Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário