Páginas

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Afinal I


Seu dia-a-dia era estafado
Mas não preenchido
Nobre companhia das manhãs
Teimava em permanecer ausente

O seu perfume pairava pela casa
Algo estava em falta
Por muitas voltas que dava à sua cabeça
Algo não era o mesmo

Olhava tristemente para sua janela
Folhas de Outono caiam e seguiam o vento

No fundo da sua rua vozes festivas entoavam
Um alerta assombrava sua filosofia de vida

Resolveu em deixar tal ambiente enfermado
Descontou horas da sua rotina
Se guiou por tais vozes
Movimentava-se pela súbita curiosidade

 Em passos vagos
Circulava por trajectos defeituosos

Por força de sua mente
O mundo não acabava no presente dia

Ao sair de tal esfera
Deixara de ver árvores despidas
Ao invés disso encontrava decorativos
Cidadãos alegres na companhia dos seus copitos

Jovens na sua flor da idade desatavam a correr
Cânticos galhofeiros pousavam naquela zona

Suas sobrancelhas elevavam em forma de admiração
Afinal havia vida nas redondezas …

Envolvia-se na teia simpática do cenário avistado
Rapazes ficavam abismados com sua beleza natural
Ela corava e timidamente começava a falar
Seu espírito aos poucos tornara-se recreativo

Ela afinal sabia conversar!
Afinal havia vida após desastre!
Afinal podemos desenhar de novo o nosso caminho!
Afinal… Ela existia… Quem diria? Hein?

(Continua…)


André Castro

Sem comentários:

Enviar um comentário