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sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Cortes Suspensos II

(I)
E na palma temporal surge o frio suspiro de emoções mudas, envoltas de palavras órfãs.
Começa a dança de olhares tímidos, e invisíveis beijos são proporcionados.
(II)
Aquela noite recheada de tonalidades camaleónicas a olho nu.
No bater de asa em tom maior.
No auge do ruído cardíaco em paz de amor.
A noite de emoções de passe livre sonoro.
(III)
O gato era astuto de natureza, artista por desafio.
Entre os silêncios gestuais, desenrolava os sopros de palavras cruzadas sem acentos...
(IV)
No oceano das mágoas de cristal, a claridade assombra as bússolas corrompidas pelo tempo em construção.
Paisagens categóricas em forma de enigma responde na troca de linhas paralelas de poesia, nossa grande amiga. Viva a poesia.
(V)
Frio interrompido em pausa gramatical.
Baloiçar das silvestres folhas na maratona de sentidos opostos.
Esfera em pingos de luz na eclosão de uma estrela massiva...
(VI)
Passeio de ecos nas redondezas da alma.
Um piano desafinado sensível ao toque.
Um baralho de cartas na ausência de um Ás de Espadas.
(VII)
Mergulho em Vénus saciando a sede que nunca está ausente.
Com lápis faço esboços auxiliares sob as memórias trapézias.
Em ventos solares contorno pedras de toques minerais.
Mímica de ave noctívaga, sonhos de cardinal e vogal..
A.C. Janeiro 2016

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