Páginas

domingo, 21 de agosto de 2016

Beliscos II

I
Pedra mármore em deserto ilusão,
Matraquilho castrado pela sentinela despida,
Sono arrefecido pelo oásis safira,
O bocado de pão em boca desmedida.

II
Vício em sangue de tom doce,
Palpitar de hipotálamo em fase crescente,
Sol nordeste vento baldio,
Sons de corte em balde sem vazio.

III
Tinta barroca em cisnes pirateados,
Moldes de riso em sombra dançante,
Vinculo de tom absoluto,
Falácia de valsa em luto.

IV
Analfabeto em grego,
Temporal risonho em indiano,
Falsete sem espadachim,
O ridiculo em solo efervescente.

V
Pedras urbanas em quarto minguante,
Palacete em estrela lunar,
Fresco sobre cinza,
Tinta em sinônimo de empatia.

VI
Íris compilada,
Filtros amarelados,
Enchente ar pulmonar,
Degustação de lado tropical.

VII
Tempero salgado,
Soluço binário de foco,
Sentido abstracto na moeda fictícia,
Medusa em sumo de calor adoçado pelo vértice de Pitágoras,
Jogo de contraste no arbítrio sinfônico,
Acidez limoeiro, mel sobre hipótese.

VII
Espasmos diâmetros em sede fugaz,
Alcateia desvanece em incenso benjamim,
Fogo que arde almeja a alma inocente do cavaleiro sem cabeça,
Sórdido armário em cabides desnudos,
O patentear do sonho em coração armado,
Felicidade nas pontas dos dedos flagrados pelo palato das gotas rupestres,
O cetim em cerimónia magistral no seio do arco Galiléia.

André Castro
Beliscos/ Escritas incompletas

Agosto 2016

1 comentário: